sábado, 20 de setembro de 2014

As Luzes Fantasmagóricas de Brown Mountain






Misteriosas luzes aparecem e uma montanha. A lenda diz ser as almas de mulheres procurando os maridos mortos. Os cientistas, apesar de muita análise, ainda não tem uma resposta conclusiva para o fenômeno.

sobrenatural.org

A Brown Mountain é uma longa cadeia de montanhas na Floresta Nacional de Pisgah, na fronteira dos municípios de Burke e Caldwell, Carolina do Norte. No decorrer do século passado, ela se tornou internacionalmente famosa por suas "Luzes Fantasmagóricas". De acordo com a lenda local, os índios Cherokee e Catawba travaram uma batalha feroz na cadeia montanhosa, em alguma ocasião por volta do ano 1200. Diz-se que os guerreiros marcharam para a batalha de maneira cerimoniosa, com tochas em chamas. Quando a luta terminou, as mulheres em luto aventuravam-se à noite na cadeia montanhosa, também à luz de tochas , em busca de seus amados mortos. Logo depois do evento, as luzes começaram a aparecer na montanha. A população sempre pensou que os brilhos estranhos na Brown Mountain fossem causados por espíritos errantes dos índios, com suas tochas ainda queimando.
A Cadeia é um lugar escarpado e traiçoeiro para se aventurar. Partes dela são marcadas por trilhas perigosas e rochosas. Elas podem ser atravessadas a pé, a cavalo ou com veículos para todos os terrenos. Ela também é uma reserva de ursos-pretos e serpentes mortais, que fazem lares confortáveis entre as placas de granito. Por ser tão inconveniente alcançar e explorar o local, as luzes normalmente são observadas a uma distância de vários quilômetros. A essa distância, elas ainda podem ser vistas bem brilhantes, mas as descrições variam.
Os pontos luminosos são geralmente "bolas de luz", que podem ser de praticamente de qualquer cor. No entanto, elas são com mais frequência brancas, laranja, amarelas ou vermelhas. Sua aparição é espontânea e imprevisivel. Você pode observar as montanhas por semanas e não ver nenhuma. Então, de maneira sensacional, elas aparecem. Você pode ver uma luz que fica no meio da cadeia montanhosa por um minuto. Ela pode aumentar o brilho por alguns segundos, depois diminuir por outros poucos, então aumentar o brilho de novo, e assim por diante. Quando fazem isso, são mais frequêntemente vermelhas na montanha, ficando brancas quando aumentam o brilho. Você pode também ver a atividade mais estranha de todas: a luz começa a se mover-dançar um pouco pela região... e então se dividir em três ou quatro luzes menores, cada uma aparecendo em uma espécie de órbita em volta das outras. Em seguida, as luzes podem se alinhar e se mover pelas montanhas, do mesmo jeito que almas andam com tochas. Essa linha fantasma vagueia pelo topo da cadeia montanhosa e some, ou algumas vezes apenas chega a um ponto onde diminui de intensidade e torna-se uma luz vaga e dispersa.
As Luzes de Brown Mountain têm desconcertado cientistas. Elas foram  investigadas pelo menos três vezes  pelo governo dos Estados Unidos, duas vezes pela Geological Survey e uma vez pelo Weather Service. Até o instituto Smithsonian, em Washington ,D.C., enviou um grupo de pesquisadores, começando nos anos 70, a ORION (Oak Ridge Isochronous Observation Network- Rede de observação Nacional de Oak Ridge), uma equipe de cientistas do Laboratório Nacional de Oak Ridge, passou uma década acampando na montanha e realizndo uma vasta quantidade de experimentos. Pesquisadores testaram a possibilidade de gases naturais, miragens, plasmas e outros suspeitos típicos. No entanto, em nenhum caso uma explicação possível foi comprovada. Para muitos, isso aumentou a possibilidade de se tratar de atividade extraterrestre, manifestações de fantasmas ou outros fenômenos esotéricos.
O fenômeno também inspirou uma porção de mentes criativas. Eles são base de um grande sucesso do gênero "bluegrass", a canção "Bown Mountain Lights", lançada na década de 60. As luzes são retradas em várias obras de ficção e não ficção, tais como o romance de Andy Anderson, Kill One, Kill Two, e foram  até mesmo a base para um episódio de 1999 da série de televisão Arquivo X.
Apesar de todo o interesse , o enigma permaneceu.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Mistério Resolvido: navio desaparecido há 169 anos, e cuja tripulação praticou canibalismo, é encontrado no Canadá







Esta história é descrita como um dos maiores mistérios vitorianos de todos os tempos. Dois navios com 129 homens a bordo e equipados com as melhores tecnologias da época simplesmente desapareceram sem deixar rastros. E agora, 169 anos depois, um deles foi encontrado.

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Em 1845, o comandante Sir John Franklin conduziu uma tripulação de 129 homens para o ártico canadense a bordo de dois navios: o HMS Erebus e o HMS Terror. Mas eles nunca voltaram.
Durante os onze anos seguintes, autoridades britânicas financiaram expedições de busca, mas nada foi encontrado, e o desaparecimento dos navios tornou-se um dos maiores mistérios da era vitoriana.
Nas décadas que se seguiram, descobriu-se que os navios foram abandonados pelos homens após ficarem presos no gelo em algum ponto perto da Ilha King William. Índios Inuit, habitantes milenares de regiões como o Canadá e Groelândia, disseram que devido às horríveis condições e fome extrema, os marinheiros começaram a brigar entre si e comer uns aos outros. Em outras palavras, para não morrerem de fome, a tripulação cometeu atos de canibalismo. As falas dos índios foram corroboradas por arqueólogos no começo do século passado, quando os ossos de alguns marinheiros foram encontrados com sinais de ranhuras causadas por dentes.
A maioria da tripulação era da região de Medway, sudoeste da Inglaterra. Embora a maioria deles tenha desaparecido sem deixar rastros, incluindo o próprio Sir John Franklin, um deles teria sido visto novamente por um parente.
John Hartnell, que fazia parte da tripulação junto a seu irmão no Erebus, foi um dos três marinheiros enterrados na ilha canadense de Beechey. Seu túmulo foi marcado com pedras e descoberto 139 anos depois por uma equipe de arqueólogos.
A descoberta do navio foi bastante comemorada na Inglaterra. O arqueólogo William Battersby disse que essa é a “maior descoberta desde o faraó egípcio Tutankhamon.”
O anúncio foi feito pelo governo canadense e não foi divulgado qual dos navios foi encontrado.

África do Sul: polícia investiga possível serial killer de crianças





A polícia da Província de Gauteng, África do Sul, está investigando se a recente morte de uma criança está ligada a um serial killer.
Madira Selota, 5, foi encontrada morta em um campo aberto perto de sua casa na cidade de Tembisa, na última sexta-feira.

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O comissário de Polícia de Gauteng, Lesetja Mothiba, disse para a mídia que “o investigador-chefe me disse que eles também estão analisando se pode ser um serial killer, dependerá dos resultados de DNA.”
Nos últimos meses uma série de crimes contra crianças vem assolando a região. Curbune Van Wyk, 3, foi encontrada morta há algumas semanas; Luke Tibbets, 3, e Taegrin Morris, 4, também foram mortos nos últimos meses.
Ao ser encontrada, Selota tinha pedaços de pano enfiados em sua boca, o que sugere que o assassino colocou os trapos para abafar seus gritos. Ela foi estuprada antes de ser estrangulada, o que reforça a tese de que um maníaco pode estar a solta. As investigações continuam.

Imagem: Na foto: Madira Selota. O corpo da criança de cinco anos foi descoberto em 5 de Setembro. Créditos: Supplied.

Las gaviotas del terror en Cornualles





Una localidad inglesa sufre una oleada de ataques de aves marinas en busca de comida

ELPAIS.COM

Los títulos de la prensa de Cornualles no podían ser este verano menos tranquilizadores: "St Ives bajo asedio por las gaviotas", "¿Puede un láser ser la respuesta a los problemas con las gaviotas en Cornualles?", "Los pájaros furiosos se lanzan sobre Penzance", "Los negocios del puerto de St Ives contemplan ataques cada día", "Las gaviotas ganan la guerra en la playa de St Ives", "Amenaza en el mar: cómo evitar los ataques de gaviotas", "Llamamientos para acabar con el reino de terror de las gaviotas". Como escribió un periodista de The Daily Telegraph, los habitantes de este puerto inglés se han encontrado con que Los pájaros, de Alfred Hitchcock, es un documental.
Aunque ocurren incidentes en toda la costa de Cornualles, la región situada en el extremo occidental de Inglaterra, los mayores problemas con las aves marinas se han concentrado en esta ciudad, mezcla de puerto pesquero, localidad turística y lugar de enorme tradición artística —la Tate Gallery tiene una sede ahí porque ha sido un polo de atracción para pintores desde el siglo XIX—. El problema es simple desde el punto de vista de la naturaleza: las gaviotas se han acostumbrado a la comida fácil que traen los turistas y son animales que se vuelven agresivos durante el periodo de cría, al final de la primavera y durante el verano. Pero resulta muy difícil de resolver, porque la ley británica protege todos los tipos de aves salvajes.
El graznido de las gaviotas es un sonido constante y omnipresente en todo el casco histórico de la ciudad. El puerto está lleno de restaurantes, mucha gente come en la calle, los niños se pasean por la playa con helados en la mano... Y las gaviotas hacen su agosto. La artista Lynda Charlton relató al periódico The Cornishman como fue literalmente asaltada por pájaros asalvajados cuando trataba de comer un sandwich. Resultó herida en la mano y en el labio. "No fue un ataque normal de una gaviota hambrienta. Parecían organizadas y trabajaban en equipo. Fue terrorífico", aseguró en un reportaje que ocupaba la primera plana del diario local. "Son una auténtica pesadilla", relataba al mismo diario una camarera que llevaba 20 años trabajando en un café del puerto.
St Ives, que cuenta con 10.000 habitantes permanentes aunque puede llegar a recibir hasta 50.000 visitantes al día en verano, lleva años tratando de combatir la plaga, que está comenzando a extenderse a otras ciudades de la zona, como Penzance. Por lo pronto ha llenado de carteles la ciudad pidiendo a los visitantes que no den de comer a las gaviotas e incluso convocó un concurso infantil de dibujos sobre el tema, que adornan gran parte de sus tiendas. "Nunca hay que dar de comer a las gaviotas, ni por descuido ni voluntariamente, porque refuerza su sentimiento de que los humanos somos una fuente de alimento fácil y reduce su miedo natural", explicó a la BBC el investigador Tony Whitehead, de la RSPB (Real Sociedad para la Protección de los Pájaros).
Louise Dowe, secretaria del Ayuntamiento de St Ives, explica por correo electrónico todas las medidas antigaviotas que han intentado poner en marcha, hasta ahora con poco éxito. "Intentamos ahuyentarlas con llamadas de peligro grabadas, pero enseguida se dieron cuenta de que no había ninguno. Hemos utilizado la cetrería, pero tampoco funcionó. Hemos pinchado huevos de los nidos para tratar de reducir la población, pero ponen rápidamente otro. El problema va a peor cada año, porque las gaviotas se toman cada vez más confianzas y aprenden más trucos para robar comida".

Foto: Dos mujeres asediadas por gaviotas, en el puerto de St Ives. / simon burt (alamy)
http://sociedad.elpais.com/sociedad/2014/09/04/actualidad/1409844578_327998.html

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Necrófilos Assassinos: O Caso Surinder Koli







A casa mais chique do setor 31, rua D-5, em Noida, Índia, hoje está abandonada. O dreno de esgoto atrás da imponente casa percorre Nithari, uma vila urbana pobre de Noida. Não havia nada de notável sobre essa propriedade até moradores da região, em meados de 2006, alegarem terem visto pedaços de corpos de crianças no dreno atrás da casa.

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Até o fim daquele ano a Índia tomaria conhecimento de um dos mais terríveis casos de assassinatos em série de sua história.
Em 7 de Maio de 2006, uma garota de 19 anos chamada Payal desapareceu após visitar a residência de luxo na rua D-5 em Noida, subúrbio de Nova Deli. Seu desaparecimento somou-se a dezenas de outros que assolavam a região e com a pressão da mídia e da população local, a polícia foi obrigada a agir. Em 30 de Dezembro daquele ano, os crânios (ou parte deles) de dezenove pessoas – quatro mulheres, onze meninas e quatro meninos – foram descobertos na propriedade onde Payal foi vista pela última vez. Logo um esquadrão policial estava no local procurando por mais restos mortais. Parecia óbvio que as autoridades estavam lidando com um serial killer.
Primeiramente, e de acordo com uma reportagem do Telegraph e de outras fontes de notícias indianas, a polícia anunciou como principal suspeito o dono da casa, o empresário Moninder Singh Pandher. Logo depois seu cozinheiro, Surinder Koli, foi incluído como suspeito. Ambos foram presos e acusados de vários crimes de assassinato, estupro, sequestro e formação de quadrilha. Mas isso iria piorar.
Após investigadores administrarem um “soro da verdade” (narcoanálise) a Koli, ele admitiu ter assassinado oito crianças e mais, ele disse que comeu partes delas. De acordo com o Times of India, Koli teria admitido consumir o fígado de uma criança do sexo feminino, o que o fez vomitar, no entanto, ele continuou a comer a carne de outras vítimas até se acostumar com o gosto, inclusive fazendo espetinhos da carne. O mesmo relatório obtido pelo Times afirmou que Koli também era um necrófilo, pois mantinha relações sexuais com alguns dos cadáveres. Ele confessou que saboreava a carne de suas vítimas como um antídoto para a infertilidade. E o sacrifício de inocentes parece ter dado resultado já que ele tinha um filho e sua mulher estava prestes a dar á luz a um segundo. Entretanto, o papo de infertilidade pode também ter sido apenas uma desculpa inventada por ele na tentativa de justificar sua barbárie.
O soro da verdade também foi dado ao patrão de Koli, Pandher. Ele supostamente admitiu o seu envolvimento, mas sua participação nos assassinatos estava longe de ser estabelecida.
Em 6 de Janeiro, após pressão popular, o caso foi passado para a CBI, a Polícia Federal da Índia. Em 15 de Janeiro, a CBI anunciou que eles haviam recuperado quarenta sacos de polietileno com carne humana, tecidos e fragmentos de ossos. Os sacos estavam atrás da casa de Pandher e descartados na rede de esgoto; há cem metros de distância eles recuperaram mais dois esqueletos. Os restos mortais das vítimas estavam em torno da casa do empresário e dentro dela a polícia apreendeu uma arma de fogo de cano duplo, cartuchos, telefones celulares, fotografias, álbuns de fotos e uma grelha suja de sangue. Posteriormente eles encontraram um machado com manchas de sangue nos arbustos da propriedade.
A força tarefa de trinta membros repassou as evidências encontradas para os laboratórios da polícia científica na tentativa de identificar pelo menos algumas das vítimas. Uma vez que a CBI havia contabilizado cerca de 40 pessoas desaparecidas na região – a maioria crianças – a tarefa parecia ser fácil. As autoridades pediram que parentes dos desaparecidos fornecessem amostras de DNA para serem comparadas às dos restos mortais encontrados.
Um Caso Horripilante
Neste ponto, a imprensa internacional já havia noticiado os detalhes macabros; de como o cozinheiro Koli havia comido os órgãos de algumas de suas vítimas e de como a polícia havia encontrado carne humana na geladeira dele, em sua casa adjacente à casa principal. A Indo Asian News Service publicou um artigo em Janeiro de 2007 dizendo que Koli havia admitido o assassinato de vinte mulheres e crianças, além de ter admitido que sofria de uma compulsão que o fazia querer matar. Com o caso crescendo cada vez mais horripilante, a CBI fez crescer a segurança em torno dele, com medo de que fosse atacado ou tentasse fugir. Por ter mostrado sinais de psicopatia, psicólogos forenses foram chamados para atuar no caso.
No final de Janeiro, a CBI anunciou que os resultados dos exames de drogas em ambos os suspeitos estavam “incompletos”, iniciando rumores de que as drogas que compunham o soro da verdade foram administradas de forma incorreta. Aparentemente ambos os suspeitos deram declarações contraditórias, embora não fosse claro se cada um contradisse a si mesmo ou um ao outro. Sendo assim, os dois homens foram submetidos a testes de polígrafo.
Nesse meio tempo a CBI soube que Koli – e aparentemente Pandher -, havia subornado durante dois anos oficiais da polícia local para evitar ser preso. De fato, a polícia local sabia dos desaparecimentos da região e sabia de crânios e pedaços de corpos encontrados por parentes dos desaparecidos que faziam buscas por conta própria. Mas os familiares dos desaparecidos foram ignorados pela polícia. Eles eram pobres e pertencentes à mais baixa classe da sociedade indiana. Sabemos que a polícia da Índia é bastante corrupta e somando-se o fato de que o dono daquela propriedade era bastante rico e com ligações políticas importantes, temos a receita de o porquê nada ter sido feito anteriormente. “A polícia disse que as meninas haviam apenas fugido com algum garoto ou ido até alguma vila. Eles me perguntavam por que eu me importava com tais coisas… A Índia é um estado miserável e pobre, as pessoas apenas não se importam.”, disse em uma reportagem para a BBC em 2011 a ativista Ushaa Thakur.
Enquanto a mídia aguardava os resultados dos testes do polígrafo, jornalistas questionavam especialistas sobre este tipo de crime, perguntando se serial killers podiam agir em dupla. “Eles são mais impulsionados por motivos pessoais,” disse o psiquiatra Dr. N. Rangarajan para a Times. Ele ressaltou que não era algo inédito o fato de ter dois homens matando juntos. “Neste caso, é provavelmente uma coincidência, onde uma relação comum patrão-empregado se desenvolveu em um benefício mútuo. O afluente com o poder e a confiança para se expressar abertamente e o outro, também com escrúpulos pobres e um lado escuro, que se encaixa com a de seu mestre, e que teve a chance de encontrar uma saída.”.
No início de Fevereiro de 2007, relatórios obtidos pela mídia indicavam que Koli havia confessado ter abusado sexualmente de dezesseis crianças, e todas as vítimas haviam sido identificadas. A primeira foi uma menina de 14 anos, que ele estuprou e matou em Fevereiro de 2005. Após isso, ele confessou que matava uma criança a cada mês ou a cada dois meses. Em dois anos, ele parou por apenas seis meses devido a uma obra que estava sendo feita na casa onde morava. Entre as vítimas estavam meninos que as autoridades acreditavam que ele teria pensado ser meninas quando os atraiu. O papel do empresário Pandher nos crimes continuava um enigma.
Modus Operandi
Supostamente e de acordo com um relato do Times of India, Koli foi inspirado a cometer suas atrocidades quando seu patrão, Pandher, solicitou que ele levasse prostitutas para a casa e em seguida, pediu para que ele levasse meninas novas caso nenhuma prostituta estivesse disponível. Koli aprendeu a atraí-las com doces e, em dado momento, ambos os homens as estupravam. Quando, por erro, ele atraia meninos, Koli simplesmente os matava.
Em outra versão, essa saída da boca do próprio Koli, seu método era levar suas vítimas para sua casa onde ele as estuprava e estrangulava. Ele então violava sexualmente os cadáveres e os cortava para eliminar, utilizando o ralo do banheiro para drenar o sangue. Enquanto ele jogava os troncos no esgoto, as partes dos corpos restantes eram embaladas hermeticamente em sacos plásticos e jogados no lixo. Nesta confissão, ele não repetiu as histórias de canibalismo, mas confirmou ser necrófilo, dizendo ficar excitado com cadáveres.
O pai de uma criança assassinada disse que havia se encontrado com Koli três vezes desde sua prisão e Koli recordou muitos detalhes sobre sua filha. “Sua memória era tão aguda que ele se lembrou de cada detalhe relacionado ao assassinato. Quando eu perguntei a ele sobre minha filha, Surinder até mesmo lembrou da cor do vestido que ela estava usando.”.
Com Surinder Koli confessando os assassinatos, parecia que, talvez, Pandher fosse inocente. Originalmente ele havia afirmado que não tinha ideia de que Koli usava sua propriedade para cometer tais atos. Ele confessou manter relações sexuais com as jovens, mas para ele, elas iam embora após o ato. De qualquer forma, isso não significava que Koli poderia ter operado sozinho. Uma criança de seis anos disse a polícia que havia outra pessoa. A menina identificou a empregada doméstica de Pandher, Maya Sarkar, como a pessoa que, junto de Koli, a perseguiu e quase a levou até a casa do cozinheiro, onde nos arbustos um machado havia sido encontrado.
Sarkar foi levada para interrogatório e disse que em uma ou duas ocasiões, ela e outras empregadas haviam resistido às propostas de Koli. Ela negou ter conhecimento das mortes, embora seu teste no polígrafo tenha dado inconclusivo. Mas por ela ter sido reconhecida por uma quase vítima, Sarkar continuou na mira da CBI.
Pais de crianças desaparecidas e mortas acreditavam que Koli não poderia ter operado sem a ajuda de pessoas de dentro da casa de Pandher, talvez até mesmo ele tivesse tido a ajuda de outras pessoas da região. Quem sabe, por dinheiro, pessoas não andavam pelas redondezas enganando crianças e levando-as até Koli? Alguns até mesmo relataram estar sofrendo ameaças destes supostos cúmplices por falar com a polícia ou imprensa.
A investigação terminou e em 2009 Surinder Koli e Moninder Pandher foram acusados e condenados a morte pelo assassinato da garota de 14 anos em 2005. O Juiz chamou o caso de “o mais raro dos raros”. Pandher foi acusado apenas neste caso de assassinato enquanto seu cozinheiro Koli em 15 outros. Durante o julgamento, o advogado de Pandher mostrou registros de telefonemas celulares do cliente mostrando que ele vivia fora, cuidando dos seus negócios em várias partes do mundo, enquanto as mortes aconteciam em sua propriedade. Até mesmo Koli o isentou de participação em qualquer assassinato. Mas, no fim, o júri considerou-o cúmplice no assassinato da garota de 14 anos.  Em 2010, a Suprema Corte da Índia baniu o uso de drogas conhecidas como “soro da verdade” e do detector de mentiras em casos criminais. Posteriormente, Pandher teve sua pena comutada para prisão perpétua. Koli ainda aguarda sua execução, que deverá ser realizada em breve.
Seja qual for a verdade por trás dessa história, uma coisa parece certa: Koli não era apenas um predador necrófilo de crianças e jovens mulheres, mas alguém que podia convencer vítimas ou forçar outros a ajudá-lo em sua tarefa macabra.
Necrófilos
Pelas informações divulgadas pela mídia indiana e internacional, parece claro que Surinder Koli é um serial killer necrófilo. A necrofilia é uma rara e bizarra parafilia que consiste na atração e gratificação sexual por cadáveres. Psicólogos dizem que a resposta mais comum dos praticantes desta parafilia é a de que eles se engajam em tal prática a fim de possuir um parceiro sem que seja rejeitado ou tenha resistência. De acordo com os psiquiatras Jonathan Rosman e Phillip Resnick, existem três tipos básicos de necrófilos:
Necrófilo assassino, que mata para obter um cadáver;
Necrófilo habitual, que usa um corpo já sem vida para obter prazer sexual;
Necrófilo fantasioso, que fantasia os atos, mas não os coloca em prática.
De acordo com esta classificação, Koli obviamente se encaixa no tipo 1.
Os mesmos psiquiatras, em um estudo de revisão publicado em 1989, analisaram 122 casos de necrofilia, e obtiveram como resultado que 11% dos necrófilos genuínos apresentavam evidencia de psicose. Outro fator importante de acordo com os autores é o papel que o álcool desempenha no âmbito de impulsionar o ato, sobretudo no que tange os casos de necrofilia homicida. Adicionalmente, eles constataram que o fator mais comum na amostra, 50% deles, apresentava transtorno de personalidade.
Em 2009, o professor indiano de medicina forense Anil Aggrawal sugeriu uma nova classificação, subdividindo os necrófilos em mais categorias, sendo então:
pseudonecrofilia: (pessoa simula estar morta);
necrófilo romântico: (não aceita que seu parceiro morreu. Clique aqui e veja um exemplo);
necrófilos platônicos ou necrófilos fantasiosos: (fantasia os atos, mas não os coloca em prática);
necrófilos táteis: (precisam tocar um corpo de uma maneira erótica para obter orgasmo);
necrófilos fetichistas: (cortam algum pedaço do cadáver – normalmente seios ou órgãos genitais – para atividades fetichistas posteriores. Ver Jeffrey Dahmer);
necromutilomania – necromutilomaníacos: (Não se engajam em atos sexuais com os mortos. O prazer erótico advém do mutilamento de um corpo já sem vida, masturbando-se simultaneamente);
necrófilos oportunistas: (não tem necessidade de manter relações sexuais com cadáveres, mas se tiverem oportunidade, farão);
necrófilos regulares: (tem a preferência por contatos sexuais com mortos, muito embora possa ter relações com vivos);
necrófilos homicidas:  (o mais perigoso dos necrófilos, mata para obter um corpo. Ver Igor Elizarov);
necrófilos exclusivos: (o mais raro, só consegue ereção se tiver contato sexual com cadáveres).
Robert E.L. Masters, ex-diretor da Library of Sex Research, e o escritor Eduard Lea, fizeram uma abrangente pesquisa sobre violência sexual no livro “Perverse Crimes in History: Evolving Concepts of Sadism, Lust-murder, and Necrophilia—From Ancient to Modern Times”. No livro, publicado em 1963, os autores discutem os conceitos das psicoses de vampiros e lobisomens – em termos do “necrosadismo” – como uma gratificação erótica de atos ou fantasias relacionadas com a morte. Fascinação com o sangue, atividades sexuais com cadáveres e desmembramento de corpos são considerados aspectos de necrofilia. Os autores olham para trás e analisam assassinos como Gilles de Rais, Elizabeth Báthory, e Peter Kurten, assim como casos de desconhecidos.
Por exemplo, em 1890, em Paris, uma mulher foi encontrada morta em sua casa com seu filho dormindo ao lado dela. Ela havia sido estuprada e completamente estripada – ao que parece por ele. Todo o processo foi feito através da vagina da vítima, com o agressor perfurando os órgãos internos e puxando os intestinos pelo canal vaginal e então os jogando por cima do ombro. Em seguida, ele deitou-se na cama e dormiu. A autópsia revelou que a mãe morrera antes do bizarro procedimento. Ele devastou completamente o cadáver da mãe e posteriormente foi mandado para um hospício.
Em “Crimes of the Genital Sense” (1900), temos a história de um homem chamado Louis que apaixonou-se por uma mulher casada e foi até sua casa quando seu marido não estava. Quando ela tentou se defender, ele pegou um machado e a decapitou, estuprando logo em seguida o cadáver ainda quente. Depois disso, ele desmembrou a vítima e assou sua carne no forno, consumindo o coração, um dos seios e os órgãos genitais.
Para alguns desses assassinos, são nestes bizarros atos que o amor se faz presente. Para outros, a morte é apenas um meio para excitação. No mesmo livro, há a história de um menino de 10 anos que pergunta à sua avó se ela poderia deixar o seu corpo para ele quando morresse. O garoto sofria de ereções espontâneas apenas de pensar em funerais, sua família sabia disso e o impedia de frequentar tais eventos.
Aqueles que nunca tocam os mortos, mas sentem gratificação sexual apenas de olhar para eles, são chamados de “necrófilos platônicos”. Já outros não estão interessados em todo corpo, mas apenas em uma parte específica, são os necrófilos fetichistas. Em “Crimes of the Genital Sense”, há a história de uma mulher que fantasiava ser uma vampira. Ela pedia para o marido fingir de morto e quando ela o estimulava pela boca, fingia que o seu pênis ereto era um membro do corpo com rigor mortis.
Alguns necrófilos podem ser perigosos. Suas fantasias podem ir de mutilação de cadáveres a assassinatos propriamente ditos. E quando estes assassinatos são cometidos, o único propósito é de obter cadáveres frescos para violação e mutilação, e este parece ser o caso do indiano Koli. “Há sempre a possibilidade de que as fantasias possam ser colocadas em prática”, diz Masters. Mas segundo o próprio Masters, o chamado assassino de luxúria que também se engaja em atividades sexuais com um cadáver não é, geralmente, considerado um necrófilo verdadeiro (embora outros especialistas discordem totalmente). Ele diz que tal violação sexual é apenas uma extensão do que o assassino de luxúria irá fazer, representando apenas uma parte do crime. Um necrófilo verdadeiro está apenas interessado no corpo, não na pessoa viva. Se ele mata, é apenas para obter um cadáver, ele muitas vezes é incapaz de manter qualquer tipo de relação sexual com os vivos. Nesta linha de raciocínio, Surinder Koli, um dos mais bizarros assassinos sexuais necrófilos a serem pegos na última década, não seria um “necrófilo verdadeiro”, já que antes de assassinar suas vítimas ele as agredia sexualmente. Além disso, ele tinha esposa e filhos. A necrofilia seria apenas mais um item de sua coleção de perversões, que incluía dentre outras coisas, o canibalismo.
Anil Aggrawal, diz em seu livro “Necrophilia: Forensic and Medico-legal Aspects, que Koli provavelmente pertence à subclasse de necrófilos IXd. Nesta subclasse, os agressores se engajam em várias combinações de sexo ou tortura/mutilação antes e após o assassinato. Necrófilos desta subclasse ou torturam/mutilam ou estupram a vítima (quando ela está viva). Quando elas estão mortas, eles mutilam ou estupram o cadáver. Surinder parece se encaixar neste subtipo porque ele estuprava suas vítimas quando estas estavam vivas e depois de mortas violava seus cadáveres e também os mutilava.
A gratificação sexual através do sexo com mortos é, sem dúvidas, uma das mais bizarras e revoltantes práticas do comportamento patológico. E como vimos no caso Surinder Koli, ela pode estar associada com outra parafilia, sendo o sadismo, canibalismo e vampirismo as mais comuns. Recentemente Koli pediu perdão para o presidente indiano Pranab Mukherjee, uma tentativa de ter sua pena reduzida para perpétua, mas o perdão não veio. Se não for executado antes, ele deverá ser ainda julgado por 12 assassinatos.