quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Curiosity encontra misterioso objeto metálico em rocha marciana





Uma imagem feita pelo robô Curiosity, em 30 de janeiro, agitou a internet na última semana, por conter um objeto estranho à paisagem arenosa e de pedras desgastadas: uma protuberância, aparentemente metálica, no meio de uma rocha marciana.
A fotografia foi feita logo depois de Curiosity ter feito seu primeiro buraco na superfície do planeta, para criar poeira diretamente da pedra e analisá-la em busca de sinais de vida.
Desde que a imagem ganhou a internet, novas fotografias foram divulgadas, como esta imagem em 3D (use óculos anaglifos para ver):
Basicamente, a protuberância parece diferente da rocha da qual está saindo, o que indica que deve ser feita de material mais resistente à erosão.
Só que se trata de um objeto pequeno, com não mais de 0,5 cm. Talvez seja uma intrusão metálica, ou o núcleo de um meteorito que ficou preso na rocha durante milhões de anos.
O objeto faz parte de uma imagem panorâmica, que pode ser conferida abaixo.
Quanto ao teste para encontrar vida, somente o pré-teste foi feito, e novos buracos estão sendo criados. A análise da areia de dentro do buraco vai dar uma ideia da história anterior da rocha.
Por enquanto, os minerais encontrados em uma outra perfuração são os melhores sinais de vida em Marte que já foram vistos. O trabalho prossegue na Cratera Gale, onde se espera que o impacto que a originou tenha trazido rochas muito antigas. [DailyMail, UniverseToday]
hypescience.



Poderia um acelerador de partículas “turbinado” destruir a Terra?


O acelerador de partículas chamado Colisor Relativístico de Íons Pesados (RHIC, na sigla em inglês), do Laboratório Nacional Brookhaven, Estados Unidos, é o segundo maior do mundo, atrás apenas do Grande Colisor de Hádrons (LHC), na Suíça.
Quando construído, o plano era usá-lo por 10 anos. Agora, 5 anos depois do “fim do prazo de validade”, ele vai receber uma atualização que vai permitir que aumente em 20 vezes o número de colisões além do que foi projetado, operando a uma luminosidade 18 vezes maior.
A luminosidade, neste caso, é a razão entre interações detectadas em relação ao diâmetro da região de reações. Em outras palavras, ele será capaz de detectar 18 vezes mais interações. Parece uma coisa boa, mas nem todo mundo pensa assim.
O professor de direito Eric E. Johnson, da Universidade da Dakota do Norte (EUA), e Michael Baram, outro professor de direito na Universidade de Boston (EUA), acham que os físicos deveriam analisar se o colisor continuará sendo seguro após a atualização.
O receio deles é que, ao trabalhar com um número maior de energia e colisões, as chances da criação de microburacos negros e de strangelets aumente. Os strangelets são uma forma hipotética de matéria de quarks que, nas condições corretas, poderiam iniciar um processo de reação em cadeia que transformaria tudo que tocassem em matéria estranha, eventualmente tornando a Terra em uma esfera hiperdensa com algumas centenas de metros de diâmetro.
O curioso é que, pela teoria, a produção de strangelets pede energias menores que as energias máximas que os colisores estão acostumados a trabalhar, e o RHIC, projetado para funcionar na faixa dos 100 GeV, tem feito experimentos na faixa dos 7,3 GeV por longos períodos de tempo.
Outro receio é que o RHIC ou outro colisor qualquer acabe criando um microburaco negro. Bastante assustador, não?
Se você acha que já viu alguma discussão parecida no passado, você está absolutamente certo. Quando o LHC estava sendo finalizado, os físicos e cientistas tiveram que parar tudo e provar na ponta do lápis que ele era seguro, e que não destruiria a Terra. Os mesmos advogados que tentaram pará-lo agora estão querendo uma reavaliação da segurança do RHIC.
Mas o que há de real nestas ameaças? Esquecendo por um instante que os estrangelets são elementos hipotéticos, e que miniburacos negros, mesmo que existam e sejam gerados por algum acelerador de partículas não conseguiriam absorver matéria a uma taxa que os tornasse perigosos ao planeta, existe algum risco de abrirmos uma caixa de Pandora da ciência?
Não. Na própria natureza existem fenômenos semelhantes aos criados por aceleradores de partículas e colisores, e ainda estamos seguros. Por exemplo, toda vez que uma estrela explode, ela acaba acelerando partículas a velocidades e energias muito maiores do que dos nossos aceleradores de partículas, e estas partículas viajam pelo universo praticamente sem perder energia até atingir algum planeta, colidindo com as moléculas na atmosfera deste planeta.
Nosso planeta é bombardeado constantemente por prótons, nêutrons, neutrinos, e outras partículas a velocidades fantásticas que nossos físicos só sonham em fazer algum dia, gerando uma chuva de sub-partículas que acabam se transformando em outras e sendo absorvidas ou sumindo por aí.
A ciência já sabe disso há muito tempo, e importantes descobertas foram feitas no alto de montanhas, quando ainda não tínhamos aceleradores de partículas. Um dos físicos brasileiros mais famosos, César Lattes, descobriu o méson-pi desta forma.
Considerando que a Terra existe há pelo menos 4,5 bilhões de anos e ainda não foi transformada em uma esfera de matéria estranha superdensa, é de se supor que as condições para que isto aconteça são extremamente raras. Tão raras que um acelerador de partículas funcionando por 1.000 anos jamais conseguiria produzi-las.
Por outro lado, pode ser que neste mesmo momento tenha começado uma reação em cadeia no nosso sol, e ele vá se transformar em uma esfera superdensa de matéria estranha em algumas horas. Quem sabe? [io9, PhysOrg, IBTimes]
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domingo, 16 de fevereiro de 2014

Os camelos não deveriam estar no Gênesis, descobrem cientistas


Quem quer que tenha lido a Bíblia sabe que tem muitos camelos nela. Eles aparecem mais de quarenta vezes no Antigo Testamento, a maior parte no livro do Gênesis, como no versículo em que Abraão manda um servo com camelos procurar uma noiva para seu filho (Gênesis 24:10).
Entretanto, uma nova pesquisa aponta que não poderia ter nenhum camelo no Gênesis. O motivo é simples – os historiadores acreditam que estas histórias estão ambientadas entre os anos 2000 e 1500 aC, e o camelo teria sido introduzido em Israel entre 930 e 900 aC.
Para chegar a esta informação, datação de radiocarbono foi utilizada em evidências recuperadas de escavações (ossos de camelos recolhidos de minas de cobre). Tudo começou com uma constatação interessante – os ossos só apareciam em camadas datadas do final do século 10 e por todo o século 9 aC.
Este período coincide com a invasão do rei egípcio Sheshonq I, conhecido na Bíblia como Sisaque (I Reis 14:25-26, II Crônicas 12:5-9), no ano 925 aC, levando à especulação de que talvez os dois eventos estejam conectados.
Uma das hipóteses é que após a conquista de Israel e Judá, o faraó reorganizou a extração e comércio de cobre, e introduziu os camelos como um meio mais eficiente de transporte, substituindo as mulas e jumentos usados anteriormente.
As consequências econômicas e sociais deste gesto simples provavelmente foram imensas – os grandes desertos do Levante não podiam ser atravessados de jumento ou mula, mas o camelo podia ser usado para viajar de oásis para oásis.
Mas onde teria sido domesticado o camelo? A melhor candidata é a região da Península Arábica, no início do primeiro milênio aC. A análise do perfil da mortalidade dos esqueletos dos camelos que foram escavados – sexo, lesões nos ossos das patas decorrentes de estresse repetitivo como animais de carga, etc – leva a esta conclusão.
E os camelos já eram velhos conhecidos dos moradores daquela região. Escavações encontraram ossos de camelos de períodos anteriores, talvez até mesmo antes do Neolítico (cerca de 9700 aC), só que provavelmente eles eram animais selvagens e livres, que nunca tiveram que carregar um lingote de cobre.
E os camelos dos patriarcas, como ficam? A explicação mais plausível é que a história foi escrita muito tempo depois que ela aconteceu ou da época a que ela se refere. Os estudiosos apontam que o Gênesis tem partes, como a história de Noé, que foram escritas durante o exílio babilônico, séculos depois dos patriarcas, e décadas depois do reinado de Davi. Vivendo em um mundo que há séculos usava os camelos, não parecia lógico escrever uma história sobre um patriarca e não dar a ele camelos, muitos camelos. [Universidade de Tel Aviv, New York Times, National Geographic]
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10 bizarras teorias sobre a Terra que as pessoas ainda acreditam


Conhecimento é difícil de se acumular, especialmente se considerarmos o curto tempo que existimos em comparação ao grande esquema das coisas. Sendo assim, temos de fato feito grandes progressos para compreender os mistérios que nos rodeiam, mas, como tudo na vida, chegar a este ponto necessitou de muita tentativa e erro. Confira uma lista com teorias sobre a Terra, que, acredite ou não, algumas pessoas ainda acreditam:
10. Lemuria e Atlântida
Não podíamos deixar de falar sobre os “continentes perdidos”, cuja existência as pessoas têm teorizado por anos. Assim como Atlântida, Lemuria teria sido um território gigante localizado nos Oceanos Índico e Pacífico. E por que as pessoas criaram tais teorias sobre terras perdidas? Geralmente, para explicar como espécies semelhantes podiam existir em dois locais tão longe um do outro. No caso de Lemuria, basicamente tudo se resume a um cara chamado Philip Sclater, que ficou perplexo ao se deparar com fósseis de lêmures na ilha de Madagascar e na Índia, mas não na África ou no Oriente Médio. De acordo com Sclater, a única explicação possível era que simplesmente deveria ter existido um território gigante que ligasse as duas nações, cujo nome foi dado em homenagem ao glorioso lêmure. Ao longo dos anos, os cientistas sérios têm praticamente descartado a noção de que Lemuria existiu, mas o mito continua em grande parte graças a escritores que gostam de falar sobre o “oculto” e outras coisas que demonstram o quão confiáveis eles são como fonte de informação.
9. O mundo em uma tartaruga
Não olhe agora, mas, de acordo com alguns, estamos vivendo nas costas de uma tartaruga gigante. Também podemos estar vivendo nas costas de um elefante ou uma serpente, mas vamos ficar com tartarugas, porque a tartaruga cósmica é a crença mais amplamente reconhecida nesta categoria particular. Esse mito foi trazido à atenção do público no século 17, depois de um homem chamado Jasper Danckaerts ouvir tal lenda de várias tribos de nativos americanos. Os nativos norte-americanos, no entanto, não são os únicos que acreditam que o mundo repousa sobre o casco de uma tartaruga gigante, já que a crença também é predominante na cultura chinesa e indiana. A NASA deve estar escondendo as imagens do gigante casco da gente.
8. Teoria da Tensão Tectônica
Ao contrário de outras teorias desta lista, que são destinadas a explicar a própria Terra e eventos que ocorreram ao longo dos milênios, a Teoria da Tensão Tectônica propõe uma explicação para avistamentos de OVNIs, fantasmas, combustão espontânea e basicamente qualquer outra coisa que tenha sido tachada de inexplicável. A ideia é do professor Michael Persinger que, em 1975, sugeriu que cada avistamento de OVNI e fenômeno inexplicável que as pessoas afirmam ter presenciado poderia ser explicado por campos eletromagnéticos que ocorrem quando a crosta da Terra se estica ou deforma perto de falhas sísmicas. Segundo Persinger, estes campos criam alucinações, que são baseadas em imagens de cultura popular.
7. Teoria da Terra Contratante
A Teoria da Terra Contratante, ou resfriamento global geofísico, surgiu antes da ideia das placas tectônicas ser conhecida. Ela diz que a Terra está ficando cada vez menor ao longo do tempo, e que esse encolhimento é o que causa desastres naturais, bem como as maravilhas naturais, como cadeias de montanhas. O pressuposto é de que a Terra é composta por rocha derretida, e conforme seu interior esfria e se contrai, o mesmo acontece com a superfície, levando ao surgimento de montanhas, muitas vezes se transformando em vulcões, quando o planeta precisa vomitar tudo o que não pode manter em sua própria versão de um “estômago”. A teoria foi de fato utilizada em pesquisas reais, nomeadamente por um cara chamado professor Edward Suess, a fim de explicar um terremoto.
6. Teoria da Terra em Expansão
No outro lado da Teoria da Terra Contratante está a Teoria da Terra Expansiva, que é exatamente o que parece. Há quem defenda que a Terra está em constante expansão, assim como o universo que ocupa, mas, felizmente, desde que as pessoas começaram a perceber que as placas tectônicas são uma coisa real, passaram a rejeitar qualquer uma destas duas teorias bizarras. Claro, hesitamos em zombar demais das pessoas que teorizaram que a Terra expandia principalmente porque uma das mentes mais notáveis que analisaram a hipótese foi Charles Darwin. Felizmente, ele rapidamente percebeu que isso não fazia muito sentido e voltou a fazer o que fez de melhor: irritar criacionistas.
5. Teoria da Terra Fixa
Também conhecido como modelo geocêntrico, essa teoria afirma que a Terra está, apesar de todas as evidências do contrário, localizada no centro do universo, e o resto do cosmos gira em torno de nosso planeta. Embora esta teoria tenha sido questionada por Copérnico e Kepler e sido geralmente aceita como “baboseira”, algumas pessoas ainda se recusam a abandonar a ideia de que qualquer coisa a não ser os seres humanos poderiam estar no centro do universo.
A teoria foi mais notavelmente defendida por Ptolomeu, e seu modelo geocêntrico foi usado para cartas astrológicas por 1.500 anos. Apesar de diversos cientistas, incluindo Galileu, afirmarem que na verdade a Terra gira em torno do sol, que está localizado no centro da nossa galáxia, há ainda quem acredite na Teoria da Terra Fixa. Essas são as pessoas que você deve evitar conversar – ou melhor, encontrar.
4. Teoria Cubo do Tempo
Gene Ray é um cara estranho. Isso porque, tão recentemente quanto em 1997, ele decidiu ignorar todas as facetas da ciência e inventar sua própria teoria chamada Cubo do Tempo, que afirma que o que nós pensamos serem as regras da física está completamente errado, e que cada dia é na verdade quatro dias diferentes, acontecendo ao mesmo tempo. Basicamente, o que Ray está sugerindo é que a Terra é composta por quatro pontos equidistantes em “tempo”, porque temos coisas como o meio-dia, meia-noite, o nascer do sol e pôr do sol. É evidente que, de acordo com Ray, a única explicação lógica para isso é que existem quatro dias ocorrendo ao mesmo tempo, e isso não tem nada a ver com a rotação natural da Terra e o fato de que o sol atinge diferentes partes do mundo em momentos diferentes. O pior é que Ray quis apostar com professores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA) 10 mil dólares (cerca de R$ 20 mil) que eles não podiam refutar sua teoria. Ninguém levou o cara a sério, muito provavelmente porque acharam que ele só podia estar brincando.
3. Teoria da Terra Oca
Quando você olha para as estrelas à noite, você pode ter certeza de algumas coisas, como que você está olhando para cima e para o espaço. No entanto, no século 19, surgiu uma teoria infame que continua a prosperar hoje, apesar de ser totalmente insana, que diz que o que você está olhando é na verdade o centro da Terra. Essa teoria foi incitada em grande parte graças a John Symmes, um ex-capitão do Exército dos EUA na Guerra de 1812, que acreditava que a Terra era envolta por uma concha com milhares de quilômetros de espessura, com aberturas em cada polo magnético e várias camadas internas que compunham uma série de esferas concêntricas, em cada uma das quais as pessoas e os animais viviam. A imaginação do povo é incrível.
2. Teoria Cosmológica Celular
Uma extensão da Teoria da Terra Oca popularizada por Cyrus Teed, a Teoria Cosmológica Celular propõe que, ao invés de o universo existir à nossa volta, nós vivemos em um universo de dentro para fora, que ocupa uma “célula oca” de rocha com mais de 12.000 quilômetros de diâmetro. E no centro desta célula oca, dentro de uma rocha gigante, fica o sol, só que neste caso Teed acreditava que o sol era uma bateria eletromagnética. Sim, ele errou por pouco. Teed, um lunático certificado e alquimista que acreditava que tudo no universo era feito da mesma substância, foi informado de que o universo inteiro existia dentro da Terra pela “Maternidade Divina”, ao mesmo tempo em que ficou sabendo que era o novo Messias. Tirem suas próprias conclusões.
1. Teoria da Terra Plana
Mãe de todas as teorias da conspiração, a mais famosa teoria maluca sobre a Terra é também aquela que, neste momento da história, é praticamente universalmente conhecida por ser completamente equívoca e falsa, mas, acredite ou não, existem algumas pessoas que ainda perpetuam a Teoria da Terra Plana Moderna. Essas pessoas compõem a Sociedade da Terra Plana, que surgiu em 1956 e existe até hoje, apesar de todas as evidências científicas do contrário. Em 1980, um membro da Sociedade da Terra Plana chamado Charles Johnson até conseguiu publicar um artigo na revista Science Digest, no qual ele afirmava que a Terra deveria ser plana, pois caso contrário haveria uma curvatura nos corpos de água, como no Lago Tahoe, e não havia provas de que a água era outra coisa senão plana. Grande coisa uma fotografia da Terra a partir do espaço mostrando que ela é esférica, não é mesmo? Uma superfície plana em um lago é prova suficiente para nós![Listverse]
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